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domingo, 26 de agosto de 2012

Uma questão de essência

 
 
            Ontem eu estava conversando com um amigo e ele me perguntou: " Me diz um,um só motivo você ser delicada desse jeito. O mundo não é assim com você,Duda. Pelo o que eu tô vendo,você vai sofrer muito se não mudar esse seu jeito.". Eu quis me esquivar de falar um pouco sobre o assunto e disse : " É,eu tô vendo que o mundo não é delicado hahaha "'. Aí ele falou : " Palhaça!" e fomos conversar sobre outra coisa, ainda bem.
            Fiquei feliz em acabar com aquele assunto porque a frase dele tinha me atingido e eu realmente não sabia o que dizer. Via uma certeza no que ele falava porque eu sabia que o mundo não era assim e que eu já sofria por ser de um jeito que o mundo não retribuía. Relações unilaterais são realmente complicadas! Então,resolvi refletir um pouco sobre o que ele tinha falado,sobre o modo como eu agia e sobre eu continuar com meu jeito ou tentar mudá-lo.
        Primeiro,pensei porque eu agia desse modo. Sinceramente,não achei explicação. É como se agir desse modo fosse algo "meu" e eu não sei como surgiu isso. Sou um tanto mística e acredito em "essência do ser humano" ; outros ,mais racionais, podem falar que foi questão de educação. Bom,pra mim,como eu já disse, é algo "meu". Depois,pensei se queria mudar isso. E percebi que eu não queria porque me machucar não sendo retribuída era ( pra mim ) mais agradável do que se machucar sendo uma pessoa que eu não era,forçando uma situação.
          Não que eu não tenha momentos de irritação e até de agressividade. Mas eu tento não deixar isso acontecer gratuitamente,daí assas pessoas virem me dizer que vou sofrer muito por isso. Gratuitamente , no que eu quis exprimir,quer dizer "por coisas não tão profundas". Um exemplo: se uma pessoa falar mal de mim,eu não vou lá tirar satisfações,nem gritar com ninguém. Muito menos descontar em outros. Porque pra mim,a opinião dessa pessoa não conta,porque pra mim,se ela não teve a dignidade de falar o que ela pensa sobre mim pra mim,não importa o que ela disse para os outros. Simplesmente situações como essa não são importantes para eu me tornar quem eu não sou.
           Mas se a situação for mais grave,sim,eu agirei de um modo diferente,que foge um pouco do delicado e se aproxima do "firme". Mas também depende do tipo de situação,por isso é complicado rotular o jeito das pessoas. Existem situações nas quais uma conversa basta. Mas também temos que considerar a reação da outra pessoa,se ela aceita esse modo. É tudo tão complicado - complicado de explicar-  porque situações hipotéticas muitas vezes passam distantes das situações reais,mas muitas vezes passam bem pertinho.
             Já estou me complicando no que estou falando...eu só queria dizer que eu acho que a indelicadeza e a agressividade não devem cair na banalidade. Se você tem vontade e pode ser delicada e carinhosa com uma pessoa,porque você não vai ser assim? Só porque outras pessoas não foram assim com você? Isso não funciona porque ninguém é responsável pelos atos de outras pessoas. Penso também que as pessoas são assim porque é esse o modo que elas encontram de se blindar para não se decepcionar. Mas assim você também estará se blindando para não receber amor de onde você não esperaria.
              Considero o carinho tão importante quanto o amor. Afinal,é a forma que mostramos que amamos e somos amados,além das ações - que são muito importantes e realmente são elas que mostram a dignidade e a verdade do nosso sentimento - mas como já dizia a poeta " é preciso haver algo de belo" e algo de belo é o carinho,o chamego,o xodó e o dengo !




                                                                                                                         Maria Bastos




            
          

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