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terça-feira, 24 de julho de 2012

Desabafo

        
        Hoje eu fui ao médico pela manhã fazer uns exames de rotina, quando dei de cara com uma situação bastante comum atualmente e que muitas vezes passa despercebida. Cheguei para ser atendida, e logo de cara, me deparei com uma fila imensa, apesar de ser apenas sete da manhã e o consultório ainda não está funcionando. Peguei a minha ficha e fiquei aguardando de pé na sala de espera, pois já não haviam assentos para todos os pacientes. Esperei exatamente uma hora e meia para ser atendida na recepção com a minha ficha, e entregar o aval do plano com a autorização para meus exames. Depois disso, Esperei mais duas horas para entrar na sala do médico. 
     Durante a minha espera, pude presenciar acontecimentos que me deixaram bem revoltada com o desrespeito do ser humano com o seu próximo. Primeiro de tudo, era assustadora a quantidade de pessoas de pé por falta de assentos. Várias mulheres grávidas e idosos esperando o atendimento sem ter onde "descansar as pernas". Como se isso não bastasse, o atendimento preferencial não foi respeitado em nenhum momento e os velhinhos, grávidas ou mulheres com crianças de colo que chegavam, tinham que esperar tanto quanto as outras pessoas. Mais de cem pessoas para serem atendidas por um só médico em uma manhã. A espera foi absurda para todos que chegaram ali, até os primeiros a serem atendidos.
          Mas isso não bastava para a minha revolta do dia. Depois que consigo finalmente sair do consultório, me deparo com o desrespeito das pessoas nas ruas. Uma velhinha queria atravessar a avenida, e havia um moço do outro lado, mas em momento algum ele ajudou a senhora de muletas. Esta atravessou vagarosamente uma avenida movimentadíssima, correndo um enorme risco de ser atropelada. Entrando no ônibus, me deparo com uma situação ainda pior: lugares vagos, e pessoas sentadas nos assentos preferenciais.   
      Quanto ao consultório, fiquei imaginando o que sofrem as pessoas necessitadas de frequentar o atendimento hospitalar público. Se em um consultório particular ocorrem essas situações, nos hospitais públicos não é segredo pra ninguém o verdadeiro caos que todos são obrigados a enfrentar. 
Mas não é preciso ir nos hospitais públicos para perceber esse desrespeito e a agressão contra os direitos humanos. Isso está presente em toda parte, como disse antes, só não paramos para observar ou dar importância sempre que acontece.
          Nos ônibus, nas avenidas, nos hospitais ou em sua própria casa você se depara com o desrespeito. Acho que precisamos de mais um pouco de consciência. Parar, e rever as atitudes com o próximo além de tentar começar a mudança a partir de nós. Não adianta culpar apenas os governos pelo desrespeito com a população se a própria população não se respeita. 


Débora Rosa

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